terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Porto ja fez sentido


Construído em 1861 o Palácio Cristal foi concebido para acolher a grande Exposição Internacional do Porto. Ao longo de 86 anos de existência o Palácio acolheu variadíssimas exposições, desde a Exposição agrícola em 1879 à Exposição Colonial em 1934.
O palácio teve um papel importante para a cultura do Porto contendo um órgão de tubos que era dos maiores do mundo, que em 1951 foi destruído à martelada bem como todo o palácio.
Ergue-se no mesmo local uma nave de betão armado a quem foi dado o nome de Pavilhão dos Desportos.






Há lugares que por serem de tal forma belos devem permanecer intocáveis. No Porto, os Jardins do Palácio de Cristal, são sem dúvida um desses lugares. Os vários jardins, plantados na encosta sobranceira ao Douro, estão cheios de recantos onde há flores todo o ano. Os caminhos que atravessam o extenso parque, muitas vezes em escadaria, surpreendem-nos com pequenos lagos cheios de nenúfares a boiar.

Ali é possível em recolhimento olhar o Douro, descansar a vista sobre o Porto e Gaia, passear entre árvores centenárias, escutar a água caindo de velhas fontes de pedra ou ouvir o vento fazendo dançar as altas palmeiras da Califórnia, alinhadas como sentinelas, diante do rio. É um lugar como deve haver poucos no Mundo coroado pelo Pavilhão Rosa Mota.

Junto ao Pavilhão Rosa Mota existe uma esplanada surpreendentemente mágica. Fica ao lado de um lago que é rodeado por árvores centenárias e onde nadam patos habituados a virem comer ás mãos das crianças. Os pavões passeiam-se por entre quem toma café e às vezes, gaivotas mais atrevidas, disputam mesmo restos de comida que ficaram abandonados sobre as mesas surpreendendo os visitantes de primeira vez do jardim. Ao fim da tarde, da esplanada vêem-se os patos atravessarem o jardim em fila, direitos à relva, quase indiferentes aos passantes. Mesmo ao fundo fica uma das vistas mais deslumbrantes sobre o rio Douro e a Ponte da Arrábida.

É este lugar mágico que a Câmara do Porto quer miseravelmente desfigurar e entregar á iniciativa privada com uma pretensa «requalificação» do Pavilhão Rosa Mota. Se tal proposta chegar a ser concretizada, verificar-se-á não só uma alteração radical da área circundante do pavilhão (lago e tílias) por força da nova construção para eventos empresariais, como o município do Porto ficará detentor de apenas 20% do capital da nova sociedade gestora. À cidade rouba-se o seu património e espaço público, eliminam-se os seus espaços verdes e alimentam-se negócios, favorecendo privados.

Motivados pelo exemplo das movimentações cidadãs que impediram a demolição do Bolhão (mais de 50.000 cidadãs e cidadãos subscreveram uma petição ao parlamento) e temendo que se concretize a alienação de mais património ainda, alguns cidadãos e cidadãs do Porto lançaram um abaixo-assinado pedindo o fim imediato do processo agora aprovado e exigindo a salvaguarda do Pavilhão Rosa Mota e dos seus jardins como equipamento público para usufruto de todos numa cidade ecologicamente sustentada.

Ajuda a salvar este recanto mágico do Porto, cidade património da Humanidade, assinando a petição em:

http://www.petitiononline.com/rosamota/

Mais informações em:

Achei por bem não mexer mais neste texto que encontrei no blog acima transcrito porque, a meu ver, descreve bem a importância do Palácio para as gentes do Porto.

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